sábado, 26 de janeiro de 2008

Psi20 – Volatilidade alta

Desde a última análise o índice português acabou por fazer uma correcção violenta e reagir em alta corrigindo as fortes quedas que efectuou nas 10 sessões anteriores em que o psi20 caiu (entre o máximo e o mínimo) mais de 2000 pontos, ou seja, cerca de 16%! Embora seja sempre muito difícil, e arriscado, tentar encontrar estes pontos de inversão, esta correcção em alta era espectável dada a rapidez e dimensão das quedas registadas, no entanto é apenas uma inversão de curtíssimo prazo, não há ainda nada que nos dê qualquer segurança que os índices bateram no fundo, pelo contrário, a tendência mantêm-se de queda e registou-se até uma aceleração dessa tendência! Como tinha referido na análise anterior, os 11400 pontos eram importantes para o índice português e, este nível, foi quebrado de uma forma inequívoca, violenta mesmo! Podemos encontrar outros suportes mais abaixo mas, enquanto a tendência se mantiver de baixa e o medo permanecer no mercado, isso será um exercício que me parece pouco importante, da mesma forma que não me parece relevante tentar encontrar resistências quando um título está em forte alta… Neste momento estou mais inclinado para que o índice venha ainda recuperar mais um pouco, já que as quedas foram muito fortes e o mercado precisa de “assimilar” estes preços mas, mais uma vez, parece-me que o que é realmente importante perceber é que os riscos de uma entrada a estes níveis são bastante altos, sendo mais seguro esperar por uma figura de inversão mais segura. Embora não nunca tenha investido com posições curtas, neste momento é mais lógico orientar estratégias nesse sentido já que, como já referi, a tendência dominante é claramente de baixa. No entanto há que ter alguns cuidados com este tipo de posições, sobretudo para quem nunca as utilizou. Bons negócios!

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Investir a longo prazo

Não sou grande adepto do longo prazo na bolsa, sobretudo porque me sinto mais seguro a investir usando a análise técnica que se adapta melhor a investimentos de curto e médio prazo. Ainda assim muitos investidores usam uma estratégia de longo prazo mista recorrendo aos dois tipos análise, a dos fundamentais serve sobretudo para escolher as empresas onde investir, a técnica para determinar um ponto de entrada com mais segurança e a maximizar o potencial!

Muitos dos investidores, que encontro no fórum do Caldeirão de Bolsa, têm posições de longo prazo, não porque tenham comprado com esse propósito, mas porque a posição ficou perdedora e passou para investimento de longo prazo. É fácil encontrar razões fundamentais que nos levem a manter os títulos, ou são os resultados muito bons, ou as perspectivas de crescimento que são excepcionais, ou então é porque está muito barata! Em muitos dos casos os investidores acabam por comprar mais algumas mais baratas, baixando o preço médio, e acabam, ao fim de alguns anos, por recuperar o investimento. Mas esta postura é errada, primeiro porque precisaremos de muito tempo para recuperar o investimento e depois porque corremos o risco de nos enganarmos rotundamente e perdermos, não só muito dinheiro, como também muito tempo… que o diga quem investiu em 2000 na PTM, na PAD, ou mesmo no BCP que nessa altura ainda era considerado um modelo de boa gestão!

Assim, um investimento de longo prazo pressupõe que, pelo menos, estes dois aspectos tenham sido acautelados antes de se iniciar o investimento:
1- Estudo dos Fundamentais da empresa.
2- Comprar o título a preços baratos.

No primeiro ponto é necessário ter capacidade e disponibilidade para analisar detalhadamente os fundamentais da empresa, não chega conhecer dois ou três indicadores, é fundamental perceber muito bem as contas da empresa e as perspectivas futuras e as do sector, ou sectores, em que opera. Depois de feita este estudo o investidor tem uma noção bastante bem fundamentada do valor da empresa, dos riscos que envolvem a sua actividade e das suas perspectivas de crescimento para os próximos anos.

Depois de estudar o valor da empresa, o investidor deverá comprar barato, o que obriga, muitas vezes, a ter de esperar bastante tempo, por períodos mais deprimidos dos mercados onde os títulos atingem valores mais baixos. Aqui, a meu ver e conforme já referi anteriormente, dever-se-á olhar também para a análise técnica por forma, sobretudo, a não entrar antes do tempo nem a preços mais altos do que se poderá fazer mais tarde caso os mercados corrijam muito.

Em relação ao tempo ideal para este tipo de investimento não me parece que deva haver prazos estabelecidos, é importante saber entrar bem e deixar correr os lucros mas também é importante perceber quando a acção está cara, ou quando há factores fundamentais que se alterarão, e sair caso haja sinais de inversão do título, aqui a análise técnica também deverá dar uma ajuda.

Bons negócios para todos!

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Teste aos investidores

É nas fases difíceis que verdadeiramente se percebem as capacidades de um investidor de bolsa! Esta é uma ideia que defendo há algum tempo nos fóruns e que está agora mais do que actual, os mercados atravessam um período conturbado e agora ela pode ser verdadeiramente percebida e assimilada, sobretudo pelos mais inexperientes!

Sempre defendi esta ideia em todas as actividades, umas mais outras menos, e costumo até dar o exemplo do futebol. Todas as equipas tem fases menos boas ou más, mas as melhores ultrapassam-nas mais depressa e mais facilmente, da mesma forma que num grande jogador se notam menos as fases de má forma.

Voltando aos mercados, nas fases Bull todos ganham, mesmo que cometam muitos erros, o mercado está favorável e raramente penaliza más decisões, uns mais outros menos os investidores vão multiplicando o seu capital sendo, muitas vezes, a sorte que determina a sua maior ou menor rentabilidade.

Mas quando o mercado cai, normalmente fá-lo de uma forma rápida sendo implacável para quem não está preparado para lidar com essa situação, e mesmo para os que devendo estar não conseguem cumprir a sua estratégia, nem naqueles aspectos que têm tanto de básico como de fundamental.

Isto leva-me a outra ideia que defendo, a qualidade mais importante para um investidor de bolsa ter sucesso é a capacidade de controlar as suas emoções! Claro que um investidor precisa de muitas outras coisas mas parece-me que se não conseguir controlar as emoções jamais conseguirá ser disciplinado, tornando inúteis os conhecimentos e experiências acumuladas que lhe permitiram definir uma estratégia que tinha tudo para ter sucesso…

Todos nós somos mais ou menos emocionais e todos temos maior ou menor dificuldade em controlar essas mesmas emoções. Para começar parece-me imprescindível que cada uma seja capaz de identificar rapidamente quando perde esse controle, e isso não me parece difícil, porque acontece sempre que tomamos decisões não enquadráveis na nossa estratégia (é claro que isso pressupões a existência de uma, se não existe o problema é ainda mais grave e de difícil resolução), que resultaram apenas de uma decisão do momento.

Quando isto acontece a minha opinião é que devemos anular imediatamente essa decisão assumindo o erro e as perdas ou ganhos respectivos. Nos casos em que perdemos completamente o controle das nossas emoções devemos desenvolver estratégias que nos permitam recuperar o controle da situação. Nós não somos todos iguais mas eu sugeriria que não se acompanhem os mercados durante uns dias, fica-se de fora e tenta-se esquecer que os mercados existem, eu normalmente até nem gosto de acompanhar muito a evolução das cotações, diz-me a experiência que, quando o faço, são mais as vezes em que tomo más decisões que o contrário!

Bons negócios !

Psi20 - Quedas fortes!!!

O psi-20 tem vindo a quebrar suportes sucessivos, tendo inclusive feito alguns gap’s que desenharam uma das quedas mais fortes de que me lembro. O índice encontrou suporte de curtíssimo prazo na importante zona dos 10300 pontos, no entanto parece-me que nesta altura nem faz muito sentido falar em suportes importantes já que as quedas foram violentas e alimentadas por vendas descontroladas e algum pânico… Hoje fez uma vela de inversão de curtíssimo prazo abrindo em forte queda para fechar o dia em nítida alta, no entanto estamos num período de grande volatilidade mantendo-se a tendência de queda. O medo continua no mercado e qualquer má notícia será, muito provavelmente, novo motivo para mais vendas. Ainda assim parece-me provável uma correcção em alta do mercado, o problema é saber se ele já começou ou se será preciso o mercado cair ainda mais para o iniciar… O que devemos fazer nesta altura? Suponhamos que tínhamos estado afastados da bolsa e que voltaríamos agora para investir a curto prazo, entraríamos numa situação técnica como a actual? Claro que não, só entraríamos agora se tivéssemos uma enorme propensão para correr riscos muito altos … Independentemente do que se vier a passar daqui para a frente, parece-me imprescindível esperar por uma situação técnica mais favorável, não devemos esquecer que a tendência continua a ser de queda e a volatilidade está muito alta, ingredientes mais que suficientes para tornarem muito arriscada qualquer entrada, tanto longa como curta! Deixo uma ressalva para os investimentos de longo prazo, em breve conto escrever um artigo sobre este tipo de investimentos que necessariamente terão uma lógica diferente dos de curto e médio prazo. Bons negócios!

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

A ilusão da Análise Técnica, a disciplina e o controle emocional...

A Análise Técnica é uma ferramenta bastante importante para perceber os movimentos de um determinado activo, ajuda-nos a identificar tendências, suportes e resistências, e mais um conjunto de dados que serão fundamentais para as decisões que temos permanentemente de tomar quando investimos em bolsa.

No entanto, a grande maioria dos investidores está iludido relativamente às capacidades da Análise Técnica, pensando que é dela que depende o seu sucesso nos mercados de capitais. Na realidade a sua intervenção no processo de investimento restringe-se à identificação de alguns dados, mais ou menos precisos, de que se destacam os que atrás referi, mas não dá informações concretas de entrada ou saída, muito menos nos dá valores precisos para o fazer. Os dados identificados pela Analise Técnica sustentam um leque variado de decisões de investimento e, em última análise, são estas que acabam por determinar o nosso sucesso ou insucesso. O que é realmente determinante para conseguirmos ganhar em bolsa é a qualidade da Estratégia que definimos, a capacidade de sermos disciplinados no seu cumprimento que, por sua vez, exige que tenhamos um grande controlo emocional, sobretudo em fases mais voláteis dos mercados.

Desta forma não faz qualquer sentido pensar que, se um determinado investimento não teve sucesso, isso se deveu ao facto de a Análise Técnica, enquanto ferramenta, não ter funcionado, como disse, ela apenas serve para identificar dados concretos, não é uma “bola de cristal” e não toma nunca decisões, essas são da inteira responsabilidade do investidor. Os movimentos bolsistas são imprevisíveis, podemos colocar as probabilidades a nosso favor mas nunca poderemos ter certezas de nada. Assim a nossa Estratégia deverá ser o mais simples e objectiva possível, quanto menos decisões, não previstas na mesma, tivermos de fazer melhor, quanto mais racional e automático for o processo menos stress e maiores probabilidades de sucesso teremos.

Uma estratégia poderá, e deverá, ser ajustada de acordo com as experiências que vamos tendo nos mercados, mas há alguns componentes que são fundamentais, pilares inamovíveis de uma estrutura nos quais nunca se pode mexer. Sobre esses falarei em posteriores artigos tentando definir os elementos fundamentais de uma estratégia de sucesso que, mais uma vez, não servirá para nada, se não conseguirmos ser disciplinados no seu cumprimento, se nem a cumprirmos nunca saberemos sequer se realmente funciona!

Bons negócios!

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Psi20 - Momento decisivo

Tinha prometido actualizar a minha analise ao Psi-20 de forma mais regular e acabei por demorar ainda mais tempo a fazê-lo, tenho tido problemas de acesso à internet e isso tem-me dificultado muita coisa.
Desde a última análise muita coisa aconteceu, o índice acabou por quebrar em baixa a formação lateral em que se encontrava e acelarou a sua correcção, encontrando-se agora muito perto de uma zona que me parece decisiva para a manutenção do bull market. Entre os 11.400 pontos e os 12.000 encontramos alguns suportes importantes que, quanto a mim, formam a fronteira entre a manutenção do bull market e a entrada em bear market!
Obviamente o mercado português está muito dependente do que se passar nos mercados internacionais, e pode-se dizer que todos estrão muito dependentes do que vier a acontecer nos mercados americanos. Não acompanho de perto estes mercados mas pelo menos o S&P também se encontra numa zona decisiva, pelo que me parece que as próximas semanas serão decisivas para o futuro próximo dos mercados mundiais.
De referir também que uma coisa são os índices outra são os títulos e, na bolsa portuguesa, existem situações muito diversas, alguns títulos há muito que estão numa fase claramente bear mas a maioria dos pesos pesados do Psi-20 continua a não dar grandes sinais de fraqueza. A excepção é o BCP que já corrigiu quase 40% relativamente aos máximos atingidos em finais de Junho de 2007 (há pouco mais de meio ano!!) e que já há bastante tempo deu sinais inequivocos de que se encontrava numa situação difícil.
Assim, neste momento parece-me sobretudo que se deverão ter muitas cautelas, os mercados não fogem e é preferivel entrar mais acima do que entrar antes do tempo e apanhar com uma correcção violenta. Entradas só se justificam em títulos que ainda mantenham uma tendência de alta e, ainda assim, com cuidados adicionais e stops apertados... e nunca com todo o capital que temos disponível.
Boa semana para todos e bons negócios

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Não me passa pela cabeça!

     Há uma semana atrás, em entrevista à RTP, Passos Coelho disse, a propósito das Parcerias Público Privadas (PPP), "não me passa pela cabeça que o estado português não pague aquilo que contratou, estradas, pontes, escolas...".  Devo dizer que não posso estar mais de acordo com o primeiro ministro de Portugal, cumprir os acordos estabelecidos é sem dúvida algo que não pode ser posto em causa, mesmo na situação atual do país, e independentemente das renegociações que venham a ser feitas.
     O que é estranho é que não lhe passando pela cabeça não pagar o contratado em regime de PPP, passe-lhe pela cabeça que o estado, que dirige, não passe aos quadros profissionais que foram contratados ilegalmente durante anos. Profissionais que viveram 5, 10, 15 anos na precariedade, com a promessa dos sucessivos govenos que em breve seriam colocados nos quadros.
     Não só lhe passa pela cabeça não passar estes profissionais aos quadros do estado, como, muito pior, lhe passa pela cabeça deixar de os contratar, ou seja, despedi-los!! E não só lhe passa pela cabeça, como o está a fazer! E não só o está a fazer, como o está a fazer sem pagar um único euro de indemnização a estes profissionais!!
     Eu diria que isto não passaria pela cabeça da maioria dos ditadores que  ainda governam alguns países no mundo, mas passa pela cabeça de quem governa um país supostamente democrático e sério como é Portugal!

Um professor...